Acabei de olhar o termo “Internet of Things” (IoT) no Google Trends. Indiscutivelmente é um tema que está se aquecendo a cada dia. A curva “interest over time” mostra um crescimento explosivo nas buscas sobre o assunto. Os relatórios de pesquisa apontam para números imensos de sensores equipando objetos de todos os tamanhos. O Gartner, por exemplo, projeta que em sete anos o total de dispositivos conectados a redes, a maioria deles não operados por pessoas, vai saltar para 25 bilhões.
Indiscutivelmente, os objetos inteligentes e a conectividade oferecem muitas oportunidades para inovação. Mas apesar desta explosão, ainda estamos aprendendo a explorar todo seu potencial. Já observamos algumas mudanças. A queda dos custos da tecnologia está fazendo com que a IoT deixe de ser oferta apenas de grandes corporações, como IBM e seu Smarter Planet, GE com sua Industrial Internet ou Cisco comInternet of Everything. Novos entrantes começam a aparecer e com isso o ciclo de inovações tende a crescer de forma exponencial. Vamos fazer uma analogia com a explosão dos apps e da popularização dos smartphones. Em 2010 o Google estimava que a base de Android cresceria para cerca de 200 milhões de unidades em 2013. Um crescimento significativo. Mas, inesperadamente, esse crescimento foi de quase 5 vezes mais, atingindo mais de um bilhão de aparelhos. Este dado pode ser visto em http://www.theverge.com/2012/4/25/2974772/googles-slides-on-android-quarterly-report-in-the-oracle-patent-case. O que aconteceu?
Indiscutivelmente, os objetos inteligentes e a conectividade oferecem muitas oportunidades para inovação. Mas apesar desta explosão, ainda estamos aprendendo a explorar todo seu potencial. Já observamos algumas mudanças. A queda dos custos da tecnologia está fazendo com que a IoT deixe de ser oferta apenas de grandes corporações, como IBM e seu Smarter Planet, GE com sua Industrial Internet ou Cisco comInternet of Everything. Novos entrantes começam a aparecer e com isso o ciclo de inovações tende a crescer de forma exponencial. Vamos fazer uma analogia com a explosão dos apps e da popularização dos smartphones. Em 2010 o Google estimava que a base de Android cresceria para cerca de 200 milhões de unidades em 2013. Um crescimento significativo. Mas, inesperadamente, esse crescimento foi de quase 5 vezes mais, atingindo mais de um bilhão de aparelhos. Este dado pode ser visto em http://www.theverge.com/2012/4/25/2974772/googles-slides-on-android-quarterly-report-in-the-oracle-patent-case. O que aconteceu?
A explicação é simples: os apps! Não eram apenas os dispositivos, os smartphones em si, que atraiam os compradores, mas o que se poderia fazer com eles através dos apps. Os apps atraíram uma imensa base de inovadores e empreendedores, que criaram apps inovadores, que por sua vez, aumentavam a demanda por mais smartphones. Criou-se um circulo virtuoso. Ninguém realmente esperava isso. Um exemplo famoso foi a reação de Steve Ballmer, então CEO da Microsoft ao saber do lançamento do iPhone. “Five hundred dollars fully subsidized with a plan! I said that is the most expensive phone in the world and it doesn´t appeal to business customers because it doesn´t have a keyboard, which makes it not a very good email machine…I like ours strategy. I like lot…Right now we´re selling millions and millions and millions of phones a year; Apple is selling zero phones a year. In six months, they´ll have the most expensive phone by far ever in the marketplace…Let´s see how the competition goes”.
Acredito que a IoT vai seguir caminho semelhante. O seu potencial de crescimento vai acelerar exponencialmente quando sairmos do conceito que o objeto vive isolado, limitado por suas próprias funcionalidades, para ser conectado a outros. Esta interoperabilidade e conexão vão estar embarcados desde a sua concepção. Se olharmos os principais fornecedores de IoT eles ainda estão no modelo tradicional, voltados para tecnologias próprias. Qual a proposta do Smarter Planet da IBM? Foco na venda de tecnologia para gestão da cidade, de modo a otimizar serviços como gestão de recursos hídricos, iluminação, estacionamento, etc. Não existe uma plataforma aberta que atraia empreendedores (leia-se desenvolvedores) para criar apps em cima de sua tecnologia, como fez a Google com o Android. Enquanto Nokia e Blackberry se concentravam nos dispositivos, Apple e Google concentraram-se na criação de um ecossistema de desenvolvedores. Quem ganhou? Onde estão Blackberry e Nokia hoje?
O valor da IoT não virá de soluções fechadas como as propostas atualmente pelos grandes fornecedores. Virá quando forem criadas plataformas que permitam aos desenvolvedores darem asas à sua imaginação e criarem apps que conectem objetos os mais diferentes possíveis criando novas soluções, inimaginadas hoje. É um salto da visão centrada na tecnologia para a visão centrada na utilização, no mercado, em quem realmente vai usar os objetos no seu dia a dia. Criar uma app não demanda exércitos de desenvolvedores. Com a tecnologia de hoje, um ambiente de cloud computing na retaguarda e inúmeros software open source, a criação de soluções inovadoras tende a ser bem rápida e barata. O Box foi criado com cerca de 12 mil dólares e o Instagram ao ser vendido ao Facebook tinha uma equipe de apenas 13 pessoas.
Já estamos vendo uma onda de inovações acontecendo no campo da IoT. Infelizmente não está acontecendo aqui no Brasil…E negócios milionários já estão aparecendo como a compra do Nest pelo Google, no início deste ano por 3,2 bilhões de dólares. Os modelos de negócios que irão fazer IoT explodir serão as que compreenderão que IoT não é apenas colocar inteligência nos objetos. O seu potencial é a combinação de diferentes objetos, gerando novas fontes de dados para criar novas funcionalidades. O que expressa bem isso é a frase de Saul Kaplan, da Business Innovation Factory: “ Innovation isn´t about coming up with the next big idea, it is about recombining existing ideas and parts in new ways”.
O que precisamos para IoT? De plataformas como as que Google (Android) e Apple criaram para os desenvolvedores fazerem apps incríveis em seus quartos ou em minúsculas empresas. Vejamos a Apple. Segundo dados da própria empresa, em 2013 os clientes gastaram mais de 10 bilhões de dólares na App Store. Como ela fica apenas com uma parcela, e a outra vai para os desenvolvedores, o negócio em si não é significativo para uma empresa que faturou neste ano de 2013, 174 bilhões de dólares. O negócio opera no limite do break-even, mas não é a receita direta que importa. É que através da App Store são criados milhões de apps que tornam os iPhones cada vez mais úteis, aumentando sua demanda no mercado. Para termos uma ideia, em junho deste ano estavam registrados 1,2 milhão de apps. Comparando com os 900.000 de junho de 2013, vemos que em um ano acrescentou-se 300.00 novos apps ou 25.000 a cada mês. Esta visão de apps para IoT também está descrita neste artigo :http://www.techrepublic.com/article/the-real-revolution-of-iot-will-come-in-the-form-of-apps/.
Este fenômeno, se repetido na IoT é que vai fazer com ela decole realmente. Para isso precisamos de plataformas que através de APIs permitam a interconexão de diversos sensores e dispositivos. IoT precisa sair do mundo isolado e se ater ao que o nome diz, Internet das Coisas. Google e Apple já estão se movimentando. O iWatch é um movimento nesta direção. A ideia é que a App Store seja o hub de novas apps relacionadas com IoT. Vejam emhttp://www.theguardian.com/technology/2014/sep/15/apple-watch-internet-of-things. Já existem algumas outras tentativas interessantes. A Human API (http://humanapi.co/) se propõe a conectar dezenas de dispositivos relacionados com atividades físicas e de saúde. Um outro exemplo é a startup SmartThings (http://www.smartthings.com/).
Estamos no primeiro estágio da IoT. Nele os objetos começam a ganhar inteligência e se conectar aos poucos: carros autônomos, residências inteligentes…Está diretamente relacionado com sensores e chips baratos. O iBeacon, da Apple, se insere neste cenário. No segundo estágio começaremos a coletar dados de todos os dispositivos conectados e que façam sentido para determinados negócios. Um exemplo é ThingWorx (http://www.thingworx.com/ ) que permite que os usuários unifiquem dados coletados por sensores e os combine com outros dados, de vários tipos. Por exemplo, pode usar dados de sensores e combiná-los com nomes de clientes que estejam no salesforce.
No terceiro estágio as empresas mudarão a forma de como ganham dinheiro. Criarão novos modelos de negócio. Parece futurologia, mas quando olhamos para 2007 e Steve Ballmer não acreditava no iPhone ou mesmo para 2010, quando o iPad surgiu e em poucos anos ultrapassou a indústria de desktops, o futuro não parece mais tão distante assim…
Talvez a próxima revolução industrial esteja bem mais próxima que pensamos.
Fonte: CIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.