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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A ERA DOS BANCOS ULTRACONECTADOS

COMO OS SERVIÇOS BANCÁRIOS ESTÃO SE REINVENTANDO DIANTE DO AVANÇO DAS STARTUPS FINANCEIRAS E DA MUDANÇA DE HÁBITO DOS CONSUMIDORES

Ao mesmo passo em que a internet das coisas transforma produtos em serviços e estabelece modelos de negócio baseados em plataformas, bancos e serviços financeiros estão aderindo a formatos operacionais altamente conectados. A necessidade de redução de custos e o novo comportamento do consumidor fez surgir as fintechs, startups financeiras que somaram um total de investimentos de U$22 milhões em 2015, e aumentou a preocupação dos serviços financeiros com a experiência do usuário.

De acordo com uma pesquisa da Accenture divulgada este ano, mais de 80% dos negócios bancários já estão utilizando ou experimentando tecnologias inteligentes. Com baixas taxas de cobrança por movimentação e atendimento via redes sociais e chats, chega ao mercado uma nova safra de serviços com a proposta de desburocratizar as relações bancárias e atuar diretamente no ambiente virtual, como os já conhecidos Banco Original e Nubank.

Entre os mais recentes está o Conta Um, serviço totalmente digital focado na população não bancarizada e pequenas e médias empresas. Lançada na semana passada, a startup tem foco em um perfil de cliente subestimado pelos bancos tradicionais e oferece um cartão de débito sem a necessidade de apresentar comprovante de residência ou crédito. “As instituições financeiras deveriam reduzir os custos e tarifas para o cliente, e quando elas se digitalizam, isso reduz o custo operacional”, afirma Pierre Schurmann, diretor da Conta Um.

Com uma proposta também 100% digital, o serviço de contas digitais Banco Neon permite, por exemplo, fazer transações internacionais e transferências para contatos do Facebook e WhatsApp. Conta também com sistema de reconhecimento facial para mobile. O serviço mira no público jovem e aposta em ações de marketing com blogueiros e YouTubers. “São estruturas muito diferentes. Os bancos tradicionais têm muitos produtos e é muito difícil fazer esta transição para o digital de uma hora para outra”, afirma Pedro Conrade, criador do Banco Neon.

Segundo Marcelo Coutinho, consultor digital e professor de estratégia e comunicação da Fundação Getúlio Vargas, o momento é propício para investir nos clientes não bancarizados e jovens, pois há pouca competição no setor, uma vez que a estrutura dos bancos tradicionais os torna pouco rentáveis. “A interface digital é uma das mais importantes maneiras de construir confiança na economia moderna, principalmente entre as gerações mais jovens. Isto é critico para os bancos, já que seu principal ativo não é o dinheiro nele depositado, mas a confiança que seus correntistas tem na marca”, afirma.

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